segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O REPÓRTER "MUNDO CÃO" ESTÁ DE VOLTA


“Não bebo sangue, não durmo em caixões e nem costumo sair por aí cortando mulheres com uma faca. Sou assustadoramente normal”.
Isso que escrevi acima é exatamente o que respondo o tempo todo para meus, leitores, amigos e conhecidos que dizem que eu sou “sinistro”, “macabro” e outras coisas parecidas.
Sou o cara que escreve e as histórias, e não o cara que comete os crimes.
Prefiro tomar uma bela loira gelada em vez de sangue, não troco minha confortável cama de casal por um frio caixão de madeira, e acho mais prazeroso levar uma mulher para o motel do que cortá-la em pedaços.
Mas, se tenho essa fama de escritor violento, não é por mero acaso. Dia desses digitei meu nome no Google e fiquei perplexo com o resultado. Em 90% das dezenas de páginas que aparecem falando sobre mim, meu nome vem associado a palavras violentas como “morte”, “chacina”, “crimes”, assassinatos e outros. Esse é o preço que se paga por ser um repórter policial, tem o nome sempre relacionado a tragédias e coisas macabras. Mas tudo bem, consigo viver com isso.
Depois de cinco meses de ausência para cuidar de projetos pessoais, voltei na semana passada às páginas do jornal Folha da Cidade, que tornou meu nome referência obrigatória em Itu, quando o assunto gira em torno de crimes escabrosos.
Continuo com minha coluna sobre Lendas Urbanas, no jornal saltense Estância, ma agora estou toda semana novamente no Folha, apurando os crimes mais brutais de nossa região. Agora, além dos casos de Itu, também estarei escrevendo sobre casos de maior gravidade ocorridos em Salto, uma das cidades onde o Folha também circula (as outras são Cabreúva, Porto Feliz e Itu).
Para os amigos, parceiros, colegas jornalistas, policiais, advogados, informantes (sim, precisamos deles) e leitores em geral, estou a disposição para contatos e trocas de figurinhas sobre tudo que se relacionar a casos policiais na região.
Sou super acessível, tenho perfil no Orkut, Facebook, Myspace, Sônico e Twiter. Meu MSN também continua o mesmo (carlotacrimes@hotmail.com) , assim como meu e-mail profissional (carlotacriminal@gmail.com). Meu blog pessoal (http://www.carlotacriminal.blogspot.com/) agora passou a ser atualizado diariamente também.
Portanto, estou à disposição.
Novamente, agradeço a todos.

Abração.

Reginaldo Carlota

terça-feira, 4 de agosto de 2009

REGINALDO CARLOTA ENTREVISTADO POR RÁDIO DE BRASÍLIA


Na tarde de sexta-feira da semana passada (31 de julho) concedi uma interessante entrevista, para a Rádio Justiça STF de Brasília, O tema foi a influência e conseqüência das drogas no universo adolescente.
Concedida por telefone, a entrevista foi realizada ao vivo às 15h30, no programa do apresentador Fernando Meira Dias.
Recebi um e-mail da direção da rádio na quinta-feira, onde eles me pediam pra conceder a entrevista. Percebendo que era uma oportunidade singular de cobrar algumas soluções dos políticos de Brasília, aceitei o convite pra falar sobre o tema proposto.
droga é um dos maiores problemas da nossa sociedade moderna, mas em vez de ser tratado como prioridade pelos políticos, é tratado com descaso.
Imediatamente após a entrevista, que foi considerada bastante positiva pela direção da rádio, recebi dezenas de e-mails em minhas páginas no Twitter, Orkut, Myspace e Facebook, além de recados no meu e-mail pessoal (carlotacriminal@gmail.com).
A Rádio Justiça é uma emissora pública de caráter institucional do Poder Judiciário administrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As transmissões em FM começaram em 5 de maio de 2004 com alcance restrito ao Plano Piloto de Brasília. Três anos depois, em 29 de maio de 2007, a emissora aumentou a potência para 20kW na frequência 104,7 MHz, sendo sintonizada em todo o Distrito Federal. Os estúdios da Rádio Justiça estão localizados no subsolo do Edifício Sede do Supremo, na Praça dos Três Poderes.
A entrevista pode ser ouvida na íntegra pela internet, através do link:
www.radiojustica.jus.br/programa/verPrograma.php?seq_programa_radio=83

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O CRIME DA LOIRA DESCONHECIDA

 

Desde que concedi uma entrevista na TV TEM, sobre o misterioso “Crime da Loira Desconhecida”, muitas pessoas andam me perguntando como está o caso.
Bem, a investigação prossegue e com muitas novidades. Infelizmente não posso revelar nada ainda, mas em breve vou fazer um pronunciamento oficial na imprensa, inclusive com divulgação de material polêmico sobre o caso.
Todo mundo conhece a história, mas ninguém conhece o rosto da vítima. Pois bem, eu consegui as fotos da loira, morta, é claro e vou divulgar isso em breve. É aguardar pra ver.
Pra quem pegou o bonde andando e sabe pouco ou nada sobre o caso, a história é mais ou menos assim:
Na manhã de 19 de abril de 1972, uma mulher loira, aparentando cerca de 30 anos, foi encontrada morta com seis tiros nas imediações da Fazenda Pedra Azul, na Rodovia Marechal Rondon, sentido Itu/Jundiaí.
A vítima estava totalmente nua e além das perfurações de arma de fogo, apresentava queimaduras de cigarros nos braços, nos seios e tinha escoriações nas coxas.
A Polícia da época nunca descobriu quem era a vítima, nem quem era o assassino e muito menos o motivo do crime.
A vítima foi enterrada na sepultura 328 da Quadra Paz Celestial, do Cemitério Municipal de Itu, onde na ausência de seu nome, colocaram uma placa com o epitáfio: “Aqui jaz na paz do Senhor Loira Desconhecida”.
Com o tempo, a loira misteriosa ganhou fama de milagrosa, sendo que até hoje, 36 anos depois do crime, sua sepultura recebe milhares de visitas todo ano, principalmente no Dia de Finados.
Para saber mais detalhes sobre o crime, é só dar uma olhada no blog que criei pra divulgar o caso:
www.loirasinistra.blogspot.com.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

MINHA VIDA DE REPÓRTER MUNDO CÃO

 
A arma é de brincadeira, gente!

As crônicas policiais brasileiras estão repletas de crimes macabros.
Casos verdadeiramente aterradores.
Muitos ainda não foram solucionados.
Outros jamais serão.
Nos noticiários “normais”, dos principais meios de comunicação, as mais trágicas e violentas histórias de morte, tem seu impacto diminuído, ao serem transformadas em dados frios e impessoais, para “não chocar” a sociedade.
Se quiser fazer um bom trabalho, um repórter policial não deve ter medo de chocar a sociedade. Afinal, ela quer pagar pela notícia, para saber a mais pura verdade. Seja boa ou ruim.
Pra fazer uma boa reportagem policial é preciso viver a notícia. Senti-la pulsando no sangue.
O que os outros apenas ficam sabendo, ouvem falar, ou vêem através de fotos, ou TV, o repórter policial tem que ver e ouvir ao vivo, em cores e não em preto e branco. Não em tons de cinza.
Não é um trabalho fácil. Na verdade muitas vezes chega a ser repugnante, sinistro aterrador e é claro... perigoso.
Fotografar pessoas mortas das formas mais bizarras, conversar com assassinos (às vezes na própria cena do crime), saltar da cama altas horas da madrugada para atender uma ocorrência policial, e ficar de plantão 24 horas por dia, sete dias por semana, sem feriados, é rotina, coisa normal para um repórter policial que precisa dar a notícia para seus leitores.
Um repórter policial não pode se prender e nem depender de boletins de ocorrência, como se fosse uma muleta. Tem que ver a coisa acontecer. Estar lá na ocorrência.
Para fazer um trabalho limpo e profissional, sem cometer injustiças é necessário checar a exaustão todas as informações, ouvir todas as vitimas, testemunhas e até mesmo os responsáveis pelo crime, quando querem falar, é claro.
Isso sem mencionar, que é fundamental para um repórter policial ter conhecimento de causa, ou seja, sempre saber o que está falando.
Em minhas reportagens, sempre revelo a dimensão humana da tragédia, sem exageros, sem frescuras e é claro, sem injustiças.
Esse é meu estilo “mundo cão”, de contar uma história.
Ao invés de fornecer dados frios e impessoais, coloco meu leitor na cena do crime.
É exatamente assim que tem de ser. Quem paga pela notícia, quer a verdade. Não quer ser poupado dos detalhes macabros da história, caso contrário, não compraria a publicação.
Esse é o nosso, o meu papel.
O papel de um repórter mundo cão.

COMPLEXO DE CAPITÃO NASCIMENTO

Sufocar um “suspeito” com um saco plástico fazendo com que ele entregue até a mãe, enquanto coloca o almoço pra fora é morbidamente divertido no cinema.
Executar "bandidos malvados" com uma espingarda Calibre 12 ou com uma pistola Ponto 40 é mais divertido ainda. Principalmente se o filme estiver sendo visto em um DVD pirata, comprado no camelô da esquina por apenas 5 reais. Cinco não, me perdoem, agora é três por 10 reais. Nesse caso, dá pra se divertir até com a cara do produtor do filme, que está sendo lesado com a pirataria.
Melhor ainda é saber que todas as complicações judiciais derivadas das torturas, mortes e uma extensa lista de excessos cometidos pelos "mocinhos" da trama (que derramam litros de sangue para garantir o divertimento da platéia) acabam junto com o filme, que raramente ultrapassa duas ou três horas de exibição.
Mas na vida real, o buraco (e não é o da bala), é bem mais embaixo.
Estourar portas de casas (mesmo que seja de um bandido malvado), distribuir um festival de socos, tiros e pontapés com o máximo de truculência, pode resultar em longos processos judiciais, que ocasionam muitos constrangimentos, transtornos e dores de cabeça para os envolvidos.
Às vezes a coisa termina em pizza. Outras vezes termina em expulsão, perda de farda, perda de distintivo, e indenizações vultosas para as famílias das vítimas. Isso quando não termina ainda com a prisão dos ex-mocinhos que passam a ser os bandidos malvados no banco dos réus.
Não estou (embora pareça) dando alfinetadas de maneira alguma no trabalho das autoridades policiais desse município, até porque pelo que sei, a polícia daqui até pega leve, com os caras do mal, se comparado, a metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, onde alguns “Micks e Charles”, costumam atirar primeiro e perguntar nome depois. Depois de morto.
Quem me conhece sabe que, quando tenho algo pra falar dou nome aos bois e assino embaixo.
Meu objetivo aqui é só lembrar (ou relembrar) a todos que assistiram o filme Tropa de Elite, seja militar ou civil, guarda ou vigilante, polícia ou ladrão, bandido ou mocinho, que, antes de incorporar o espírito do Capitão Nascimento é preciso ter em mente que cada ação tem uma reação.
Não adianta ter "dedo mole" para puxar o gatilho e "cabeça dura" para não medir as conseqüências.
É preciso pensar (e repensar) antes de agir.

terça-feira, 7 de julho de 2009

LEIAM MINHA SÉRIE SOBRE LENDAS URBANAS NO JORNAL ESTÂNCIA

 

Quem cresceu nas décadas de 70, 80 e 90, certamente se lembra das histórias macabras sobre loiras do banheiro, palhaços assassinos, espíritos vingativos e até bonecas amaldiçoadas, entre tantas outras. Esses “casos” aterrorizaram gerações e até hoje ainda permeiam o inconsciente popular, deixando dúvidas intrigantes se eram meras lendas, ou se realmente ocorreram.
Eu particularmente tenho minhas dúvidas, já que na infância perdi a conta de quantas vezes terminei de fazer o “pipi” nas calças de tanto medo de ficar trancado sozinho no banheiro e ser estrangulado pela fantasmagórica loira do banheiro.
Hoje, que já estou bem grandinho, até não me importaria muito (na verdade nem um pouco) de ficar trancado com uma loira no banheiro.
Seja como for, quero avisar aos meus amigos, leitores e fãs (sim, por incrível que pareça eu tenho alguns – tudo bem que é só na família, mas está bom) que a partir do próximo sábado (11 de Julho) estarei lançando no jornal ESTÂNCIA, da cidade de Salto, a série “Lendas Urbanas”, onde pretendo reconstituir com precisão de detalhes, uma sequência dessas histórias sinistras que aterrorizaram gerações.
O primeiro conto da série será o caso da “Viúva Negra”, uma mulher sedutora, linda e misteriosa, que esconde um segredo mortal para todos os homens que cruzam seu caminho.
Pra quem gosta de histórias de crimes, suspense e terror, a série é leitura obrigatória.
Quem ainda não conhece (o que eu duvido) o jornal ESTÂNCIA, pode conferir sua versão eletrônica clicando neste link: http://jornalestancia.com.br
E já que o assunto é lendas urbanas, a foto mais conveniente para ilustrar esse texto que encontrei, não poderia ser outra, senão uma junto com meu amigo ZÉ DO CAIXÃO, definitivamente... o Rei do macabro.


sexta-feira, 26 de junho de 2009

POR QUE ESCREVI UM LIVRO SOBRE DROGAS

Nos últimos quatro anos, trabalhando como repórter policial do jornal Folha da Cidade, de Itu, perdi a conta de quantas vezes entrei em espessos matagais, terrenos baldios, construções abandonadas e até em rios, para fotografar jovens e adolescentes mortos, por desacertos no mundo das drogas.
Muitos desses jovens já haviam sido fotografados por mim, quando ainda estavam vivos, durante apreensões de drogas, realizadas pela PM, Polícia Civil, ou Guarda Municipal.
Lembro de casos, em que eu fotografei o jovem em uma semana, para arquivos policiais e ele saiu rindo, dizendo que como era menor “não ia dar nada”. Dias depois, a Polícia me ligava altas horas da madrugada pra ir fotografar um cadáver que haviam encontrado no mato. Quando eu chegava lá, achávamos um documento no bolso da vítima, e adivinhe quem era? Exatamente, o cara que disse que não ia dar nada.
No mundo das drogas, o viciado morre de um jeito ou de outro. Se ele não tiver a infelicidade de morrer vítima de uma overdose, vai acabar sendo executado por traficantes, por não pagar a droga, vai ser morto por policiais durante perseguição e resistência a prisão, ou até mesmo ser assassinado de bobeira na rua, por algum rival ou desafeto. Não tem saída. Só existe dois futuros para o viciado: a morte prematura ou a cadeia.
Meses atrás, pensando em tudo isso, enquanto organizava meus arquivos com fichas e fotos dos mortos que já fotografei, notei que além do fato de todos serem usuários de drogas, havia um outro padrão em comum entre eles: todos eram perdedores.
Muito antes de perderem a vida de forma trágica e violenta, já haviam perdido a família, os amigos, o trabalho, a dignidade, o amor próprio, e até mesmo a liberdade de poder ir e vir sem serem abordados na rua por uma viatura de polícia.
Foi naquele momento que tive a inspiração para escrever o livro “O Perdedor”.
O livro conta a história de um adolescente comum, que ao tornar-se um viciado em drogas, passa a levar uma vida marginal, violenta e trágica, em um mundo desgarrado, onde não existem amigos e os inimigos estão por toda parte.
Expulso de casa, abandonado pelos amigos e perseguido por traficantes, o adolescente vai descobrindo da pior maneira que a viagem ao mundo das drogas só tem passagem de ida.
Escrevi o livro com o objetivo de conscientizar e prevenir os jovens e adolescentes das armadilhas do mundo das drogas.
Diferente do que muitos possam imaginar, meu livro não é uma cartilha didática do tipo “não use drogas”. Na verdade, é um conto policial, violento e trágico, repleto de dramas urbanos, exatamente como no mundo real.
Eu acredito que não adianta simplesmente dizer algo como ‘não use drogas’, e esperar sentado que isso surta efeito na mente dos jovens, que gostam de fazer justamente aquilo que é proibido. Penso que se uma campanha antidrogas quiser ter algum impacto na mente do usuário em potencial, ou do próprio viciado, ela tem que ser mais radical do que as convencionais e deixar bem claro que drogas são para perdedores, pois ela causa todo tipo de perda. E, é exatamente disso que meu livro trata.
Abaixo disponibilizo a capa e as quatro páginas iniciais do meu livro, que é todo ilustrado pelo desenhista Diego Veloso, um dos melhores artistas ituano.
A partir da segunda quinzena de Julho o livro já estará a venda na principais bancas e livrarias das cidades da região, como Itu, Salto, Sorocaba, Campinas, Jundiaí e outras. Também pretendo distribuir o livro até o final de Julho em livrarias estratégicas de São Paulo.
Além desse esquema de distribuição, vou iniciar um ciclo de palestras nas escolas da região, onde estarei divulgando o livro e realizando um debate aberto com os alunos, sobre o mundo das drogas.
Para entrar em contato comigo, pra agendar palestras, entrevistas, ou simplesmente bater um papo, é só mandar um e-mail. O endereço é:
carlotacriminal@gmail.com.


CAPA DO LIVRO O PERDEDOR


O PERDEDOR - PÁGINA 1

Meu nome?
Bem, meu nome não faz a menor diferença.
Eu poderia ser qualquer um, ter qualquer idade, ser de qualquer sexo, cor e religião, que, se tivesse tomado as decisões erradas que tomei, meu destino seria o mesmo.
Sou um perdedor, um fracassado.
Arruinei minha vida e a das pessoas que me amavam.
Não tenho mais casa, não tenho mais família, não tenho amigos, não tenho ninguém.
Ando por aí, sujo, esfarrapado, faminto...

O PERDEDOR - PÁGINA 2

Hoje durmo no banco gelado da praça, coberto por jornais, amanhã durmo no piso da rodoviária ou no chão de uma construção, e assim vou levando a vida, sem a menor dignidade.
Durante o dia, peço esmolas nas ruas como um mendigo, me humilho de todas as maneiras pra juntar algumas moedas. Quando consigo, ignoro a fome que me consome e saio atrás de outra “parada”, de outra “porção”, de outra “dose”.
Sou um escravo do vício, uma vergonha para a família que eu tive e para a pessoa que eu fui.
Agora, tarde da noite, encosto a cabeça na janela e fico olhando as luzes da cidade.
Vou assistindo minha vida passando pela janela como se fosse um filme de cinema.
Vejo tudo, cada detalhe, tudo que já tive, tudo que mais amei, e tudo que perdi.

O PERDEDOR - PÁGINA 3

Tenho a impressão de que todo ano desperdiçam uma fortuna em campanhas publicitárias contra as drogas.
Penso dessa forma, porque vejo um monte de comerciais de TV e anúncios caríssimos em jornais e revistas, onde estampam a frase “NÃO USE DROGAS”.
Ora, nunca conheci uma única pessoa nessa vida que deixou de usar drogas por ter visto uma propaganda dessas. Pelo contrário, o fato de saber que o “negócio é proibido”, estimula ainda mais um monte de gente, principalmente jovens inexperientes como eu fui.

O PERDEDOR - PÁGINA 4

Jovem quer ser radical, quer ser contra o sistema, quer ser contra o convencional, quer fazer tudo aquilo que não pode, pelo simples fato de querer ser diferente.
Me lembro bem, que entrei nessa viagem sem volta por admirar os bandidinhos do meu bairro. Quanta burrice!
Ao contrário dos garotos “normais”, eles não obedeciam ninguém, não respeitavam as regras, se sentiam acima dos outros.

Esses moleques eram respeitados pelos garotos normais como eu, que tinham medo deles. Com “normal”, eu quero dizer os garotos de bem, que não tinham envolvimento com o crime e o mundo das drogas.
Quando eu ouvia algum deles falando que havia cheirado, fumado ou tomando uma dose, eu achava o máximo, ficava pensando que, se fizesse o mesmo, seria respeitado como eles. Só hoje sei que ninguém respeita um drogado, um viciado.