sexta-feira, 26 de junho de 2009

O PERDEDOR - PÁGINA 2

Hoje durmo no banco gelado da praça, coberto por jornais, amanhã durmo no piso da rodoviária ou no chão de uma construção, e assim vou levando a vida, sem a menor dignidade.
Durante o dia, peço esmolas nas ruas como um mendigo, me humilho de todas as maneiras pra juntar algumas moedas. Quando consigo, ignoro a fome que me consome e saio atrás de outra “parada”, de outra “porção”, de outra “dose”.
Sou um escravo do vício, uma vergonha para a família que eu tive e para a pessoa que eu fui.
Agora, tarde da noite, encosto a cabeça na janela e fico olhando as luzes da cidade.
Vou assistindo minha vida passando pela janela como se fosse um filme de cinema.
Vejo tudo, cada detalhe, tudo que já tive, tudo que mais amei, e tudo que perdi.

Nenhum comentário: