segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MATÉRIA DO JORNAL "O CORREIO"  27 DE SETEMBRO DE 2017
LIÇÃO DE VIDA
AUTOBIOGRAFIA DE VEREADOR MAIS VOTADO DE ITU É UMA VERDADEIRA AULA DE EMPREENDEDORISMO E SUCESSO
DA REDAÇÃO
Se o londrinense Emerson Petriv, mais conhecido como “Boca Aberta”, é o  vereador mais polêmico do Paraná,  quem merece esse título no Estado de São Paulo, provavelmente é o vereador Reginaldo Carlota, da famosa cidade de Itu, onde tudo é grande.
Seguido por mais de 70 mil pessoas no Facebook, Carlota, como é mais conhecido, não é só um político honesto e representante do povo, é um verdadeiro “self made man”, um homem que se fez por si mesmo.
Antes de ser eleito vereador ano passado, com 3168 votos, a maior votação da história, já feita por um edil nessa cidade, ele teve uma verdadeira vida de cão, numa trajetória repleta de tristezas e glórias, contada agora em seu livro autobiográfico “Faca na Caveira”, que lança esta semana. O  título da obra, que faz alusão direta ao filme Tropa de Elite, foi seu slogan de campanha e tornou-se uma espécie de marca registrada sua.
Quando tinha apenas 5 anos de idade, a mãe do vereador, uma jovem de apenas 25 anos, morreu na sua frente. “Nunca esqueço como foi, ela chegou um dia em casa, colocou uma água pra ferver na chaleira, sentou na cama junto comigo, passou a mãe na minha perna e caiu pra trás. Infartou. Morreu na hora, em um segundo, sem sentir nada”, relembra.
Os anos que se seguiram não foram fáceis, Carlota e sua única irmã, quatro anos mais nova, chegaram até a passar fome durante algum tempo, viveram numa situação muito difícil, tanto que ele relata no livro, ter sido o menino mais pobre da escola. “Eu adorava ir na escola, pois era o lugar onde tínhamos comida garantida”, declara.
Apesar das dificuldades sofridas e do fato de ter crescido na periferia da cidade, vendo a maior parte dos seus amigos tornarem-se drogados e se envolverem com a criminalidade,  que levou quase todos a morte, cadeia ou uma vida de mendicância, Carlota jamais se envolveu com o crime e nem aceitou a vida de infortúnios, decidindo desde cedo a lutar por seus objetivos.
Com apenas 10 anos de idade, começou a trabalhar como engraxate e vendedor de sorvetes,  e enquanto seus amigos se deslumbravam com a famosa cola de sapateiro, que era a droga do início dos anos 80, ele se dedicava à leitura de centenas de livros, que emprestava da biblioteca pública. Com 14 anos, formou-se em um curso por correspondência de “Desenho Artístico e Publicitário”, depois trabalhou como servente de pedreiro e pintor de paredes. Desapareceu por alguns anos na segunda metade da década de 1990, quando fez uma “peregrinação espiritual por aí”. Entre 1999 e 2000, viveu praticamente como um andarilho, pegando carona em rodovias e dormindo em albergues noturnos, de diversas cidades do interior de São Paulo, enquanto seguia a trilha de um assassino serial, que em 1984, estuprou e matou duas meninas em Itu.  “Esse assassino era um andarilho que perambulava sem rumo por aí, e para identificá-lo, eu tive que viver exatamente como ele vivia, foi assim que entrei na mente dele”, revela.
A busca pelo assassino, mais tarde identificado como sendo o serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli, vulgo “Monstro de Rio Claro”,  resultou no livro-reportagem “O Matador de Crianças”, escrito por Carlota em 2010. A obra, publicada pelo próprio autor, sem ajuda de nenhuma editora, vendeu mais de 10 mil exemplares e fez com que  Carlota  fosse convidado para participar dos programas policiais  “Instinto Assassino”, do Discovery Channel e do “Investigação Criminal”, do AXN. Em 2005 começou a trabalhar como repórter policial em um jornal local e 5 anos depois, lançou seu próprio jornal, que editou por mais cinco anos seguidos.
Carlota já viajou por diversos países da Europa e da América do Sul, sendo que todo ano passa férias em Paris. Adepto de esportes radicais como longboard, skate e paraquedismo, nas horas de folga o vereador costuma se jogar de uma avião a 300 km por hora a 4 mil metros de altura e desce ladeiras de skate a 60 km por hora (sem nenhum equipamento de segurança – bonito, hein, vereador?).
Ano passado, ao decidir concorrer pela primeira vez em uma eleição política, a pedido do próprio povo,  acabou eleito vereador com uma votação esmagadora. A maior da história de Itu. Mesmo sendo do partido do próprio prefeito (PTB), Carlota “não paga pau”, como gosta de dizer e cobra, fiscaliza, denuncia e quando necessário “esculacha geral”. Não por acaso, já coleciona  7 processos, sendo todos ligados direto ou indiretamente ao chefe do executivo da cidade. “Posso ser processado mil vezes, mas continuarei sendo homem de palavra e cumprindo o que prometi pra população”.
O vereador também é bastante famoso por já ter se envolvido pessoalmente em caçadas a agressores de mulheres, assassinos e estupradores, chegando a participar de reportagens até no Balanço Geral da TV Record, por conta de suas atividades de justiceiro urbano. Dizem as más línguas, que ele chegou a espancar brutalmente um estuprador e jogar o mesmo no Rio Tietê, mas questionado sobre isso, ele desconversou.
Mesmo sempre aparecendo até em fotos de capas de revistas, com belas modelos, que trabalham nas suas promoções de livros, Carlota revela que é noivo de uma policial municipal, a Sônia Cezario”, com quem mantém um relacionamento amoroso há 6 anos e  diz que apesar das crises existentes com qualquer casal, leva uma vida muito feliz com a mulher que escolheu. “Sempre me perguntam se minha noiva não tem ciúmes de eu contratar mulheres bonitas nas minhas promoções, sim, claro, que ela tem, mas a Sônia é uma leoa e leoa não tem medo de gatinhas”, brinca.
Recomendado tanto para quem pretende ganhar uma eleição para vereador, quanto para qualquer pessoa de fora dos meios políticos, que aprecia uma boa leitura sobre motivação pessoal,  superação e sucesso, Faca na Caveira é no mínimo uma obra obrigatória para se ter na estante.
Lançado pela própria empresa do autor, a “Serial Books”, o livro pode ser adquirido pelo e-mail: serialbooks@gmail.com.


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